Em primeiro lugar a 13ª Região Tradicionalista faz parte da Comissão Executiva da Semana da Pátria e Semana Farroupilha de Santa Maria e continuará fazendo. Esta nota baseia-se em fatos ocorridos desde a tragédia que enlutou nossa cidade e todo o Brasil e as decisões tomadas pelos Patrões das entidades tradicionalistas de Santa Maria, em encontro municipal realizado na noite de 02 de agosto de 2014, às 19h30min, na sede da Coordenadoria Regional.
Segue abaixo os fatos que foram fundamentais para esta decisão:
A 13ª Região Tradicionalista, com sede em Santa Maria, abrange 17 municípios da região centro do Estado e conta, atualmente, com 88 entidades filiadas ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Dessas, 42 em Santa Maria.
Temos mais de 13.000 associados, e mais de 40 mil integrantes em nossas entidades. Primamos pela moral, os bons costumes e pela família, nosso bem maior.
No dia 27 de janeiro de 2013, assim que fomos informados da tragédia que abalou nossa cidade, de imediato colocamos todas as entidades tradicionalistas a disposição dos órgãos públicos. Fomos até o Centro Desportivo Municipal, onde traçamos uma estratégia para apoiar as famílias e amigos das vitimas.
Contamos com o apoio de todos os CTGs, onde muitos foram utilizadas como alojamento e até mesmo para velórios. Com isso cumprimos o que prescreve a nossa carta de princípios no seu Artigo 1º - Auxiliar o Estado na solução dos seus problemas fundamentais e na conquista do bem coletivo.
Trabalhamos silenciosos, este é o nosso modelo, corpo a corpo dando alento às pessoas enlutadas, vimos e ouvimos os lamentos da sociedade.
Alguns dias, após a tragédia, convocamos um Encontro Regional, onde dentre os assuntos discutimos a situação de nossas entidades, pois sempre cumprimos as leis e somos a favor das coisas certas. Até aquele momento estávamos certos ou achávamos que estava, e daí veio à surpresa.
Tudo o que, para nós estava certo, passou a estar errado!
Vendo a preocupação de nossas entidades, buscamos aos poderes constituídos, formas para que a tradição e a cultura gaúcha não tivesse interrupção em sua caminha histórica. Nunca burlamos e não queremos burlar as leis.
Portanto devemos esclarecer alguns pontos que achamos importantes.
1 – Somos do Movimento Tradicionalista Gaúcho, cultuamos nossas tradições, de pais para filhos no decorrer dos tempos.
2 – Nossas entidades são civis sem fins lucrativos e todos seus integrantes ou dirigentes não recebem salário para desenvolver a cultura e a tradição mais linda do planeta, fazem por acreditar e por amor ao Rio Grande.
3 – Hora, se cultuamos as tradições é evidente que as nossas entidades tem estrutura diferente e com isso não podem ser tratadas da mesma forma que as outras, são galpões rústicos, mas acolhedores e com toda a segurança, e é isso que temos que considerar.
a) As nossas entidades não tem proprietários.
b) Sempre privamos pelo meio ambiente, plantamos, cuidamos e defendemos.
c) Salientamos, não somos empresas, portanto não temos fins lucrativos, somos tradicionalistas e prestamos serviços voluntários em prol de uma tradição.
e) Em nossos eventos não visamos lucros e sim cultuar as tradições, muitas e muitas vezes da prejuízo, prejuízo financeiro porque ganhamos sempre em cultuar nossas origens.
e) Se nossas entidades fecharem as portas não terão recursos para abri-las novamente e hoje temos três entidades interditadas, o CTG Estância do Jarau, o CTG Tropeiro Velho e Ponche Verde CTG, e com certeza teremos mais, pois muitas seus terenos foram doados a mais de 10, 20, 30 ou 50 anos e não era solicitado documentos de propriedade antes do ocorrido e é por isso que estavam com seus alvarás em dia no mês de janeiro de 2013. Agora, terão que se adequarem.
Com esses motivos, comunicamos que nossas entidades devem ser tratadas com isonomia as instituições similares que contribuem em prol da sociedade. Nunca fomos e nunca seremos, boates, danceterias, casas de show, dentre outras.
Após esta explanação vamos aos fatos que levaram a decisão a seguir:
1 – Como foi citado, em fevereiro de 2013 nossas entidades começaram um trabalho de adequação as normas vigentes, pois a partir da tragédia passamos a estar fora das leis, portanto como já dito somos sem fins lucrativos e vivemos de patrocínios ou doações.
2 – Sendo assim todas as entidades procuraram os órgãos detentores destas prerrogativas para se adequarem, mas se depararam com um grande fardo de taxas a serem recolhidas e um grande numero de novos equipamentos que não eram solicitados antes da tragédia, como por exemplo, hidrantes, para-raios, etc.
3 – O Coordenador Regional procurou o Corpo de Bombeiros e o Ministério Público de Santa Maria, onde assumiu em conjunto, normas para que não cessassem nossas entidades de desenvolverem suas atividades e com segurança. Este acordo teria validade para a semana farroupilha de 2013, e dependendo da situação seria tratado caso a caso.
4 – Em razão das entidades serem sem fins lucrativos, as mesmas não possuem planejamento e estrutura para angariar em um curto ou médio espaço de tempo, fundos consideráveis, compatíveis com os custos para adequações estruturais.
5 – Realizamos a semana farroupilha de 2013 para arrecadar alguma quantia em espécie para realizarmos as obras previstas, conforme acordo e não houve nenhum incidente em nossas entidades.
6 – Salientamos que todas as nossa entidades estão imbuídas nesta adequação, mas as vezes o preço é bem elevado e dificulta a realização das mesmas.
7 – Para culminar ou fechar com chave de ouro a semana farroupilha todos são sabedores que realizamos a muitos anos o tradicional desfile tradicionalista, na Av. Medianeira.
8 – Para nossa surpresa alguns dias após o desfile veio ao nosso conhecimento que todos os carros que passarem pela Av. Presidente Vargas durante a concentração ou dispersão foram multados na esquina da rua Duque de Caxias com a Av. Presidente Vargas, por agente de trânsito do município de Santa Maria.
9 – Procuramos o senhor prefeito Cesar Schirmer, que imediatamente determinou ao Secretario de Mobilidade Urbana, Miguel Passini, que nos recebesse em seu gabinete e instruísse como proceder para reverter esta situação e assim o fizemos.
Montamos todos os recursos e não obtivemos exito em nosso proposito, sendo assim as entidades tiveram que arcar com o valor das multas, agravando ainda mais a situação financeira das entidades, alias as multas em si não é o maior problema, pois todos sabemos que nosso desfile temático envolvem veículos, sendo estes emprestados por particulares ou empresas amigas das entidades. Com as multas, deixaram de emprestar os caminhões e camionetes, pois muitas estão com pontos nas carteiras por conta destas multas e com isso tem prejuízo considerável.
Saliento que, diferentemente do carnaval que recebe verbas significativas, afora a estrutura de arquibancadas, som e palanque oficial, nunca tivemos qualquer ajuda de custo por parte da prefeitura para custear o desfile temático em Santa Maria.
Baseado-se nessas situações, onde as entidades ficaram sem seus importantes colaboradores que disponibilizavam os veículos (caminhões/camionetes) para o desfile, e com isso viriam somente com cavalos para a avenida, deixando o restante de seu quadro social na entidade, causando com isso constrangimento aos que lá ficariam, pois as entidades são todo um conjunto, campeiro, artístico, cultural, esportes etc...ficou acordado em apoio a todos os integrantes das entidades que ESTE ANO NÃO TERÁ O DESFILE TRADICIONALISTA EM SANTA MARIA.
Salientamos que somente o desfile foi cancelado. Os demais eventos dos festejos farroupilhas tais como: abertura oficial com distribuição da chama crioula, ronda da chama crioula, eventos nas entidades, etc...estão mantidos.
Ildo Wagner
Coordenador da 13ª Região Tradicionalista
“Juntos somos fortes”
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