POR RAFAEL VARELA ASCOM SEDAC | COLABORAÇÃO: CÉSAR OLIVEIRA E MAXSOEL BASTOS
O tema dos Festejos Farroupilhas deste ano tem por objetivo homenagear e observar a amplitude que a cultura gaúcha alcança por meio do cultivo de nossas tradições. “Gaúchos sem Fronteiras” pretende retratar a história de homens e mulheres que, além das fronteiras de nosso Estado, continuam a vergar sua pilcha, tomar seu chimarrão e participar de manifestações culturais, seja através da música, da literatura ou apreciando um bom churrasco.
O tema faz uma homenagem à particularidade do povo gaúcho de espalhar-se geograficamente pelo Brasil e pelo mundo, sem perder suas raízes culturais. Mas vai além. Faz alusão aos gaúchos e gaúchas que se tornaram vetores de propagação de nossas manifestações culturais, tais como: gastronomia, arte, turismo, literatura, arquitetura, música, dança e todas as vertentes que representam nosso patrimônio cultural.
Em razão da pandemia e obedecendo os protocolos de distanciamento social, a programação será on-line. A proposta é que estudantes e a comunidade gaúcha possam captar imagens das suas cidades por meio de pequenos vídeos, gravados com celular, e que serão divulgados nas redes sociais da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac).
“O objetivo é estimular a pesquisa e o conhecimento das regiões, fomentando a cultura local e os eventos históricos ligados ao legado da epopeia gaúcha”, destaca César Oliveira, presidente da Comissão dos Festejos Farroupilhas do RS, assessor de Culturas Populares, Tradição e Folclore da Sedac e adido cultural.
“Esta proposta me encanta. Devemos aproveitar este momento de distanciamento social para gerar conteúdos que fomentem a cultura e divulgá-los, fazendo chegar em todas as pontas do Estado, a exemplo das ações do Dia do Patrimônio”, ressalta a secretária da Cultura, Beatriz Araujo.
Na avaliação de Alessandra Motta, patrona dos Festejos Farroupilhas 2020, “as identidades regionais têm ganhado força na pós-modernidade. O tema deste ano comprova isso, prestando homenagem a estes sujeitos que migraram daqui, levando nossa força para além do Estado.”
Diversidade Cultural
Maxsoel Bastos, vice-presidente da Comissão dos Festejos Farroupilhas do RS, acredita que a diversidade experimentada em todas as regiões do Estado forjou um povo apaixonado pelo tradicionalismo e que, fundamentalmente, acredita em valores como honradez, hospitalidade, educação e na história e na valorização do legado de seus antepassados.
“Muito de nossos ‘Gaúchos sem Fronteiras’, que ganharam espaço nos quatro cantos do mundo, carregam consigo a chama de um espírito aventureiro, herança de nossos antepassados, que a ferro e fogo colonizaram e forjaram as linhas que definem os limites do nosso Rio Grande. Homens e mulheres que ao deixarem o pago, partiram divididos entre ser filhos de nossas tradições e, ao mesmo tempo, indivíduos que passam a ser cidadãos de um mundo globalizado. São eles os grandes responsáveis por fundarem, além das fronteiras do Rio Grande do Sul e do Brasil, milhares de Centros de Tradição Gaúcha, verdadeiras células culturais, que hoje passaram a ser uma janela de nossos valores mais basilares”, complementa Bastos.
Identidade visual foi apresentada pela Comissão dos Festejos
A identidade visual das comemorações deste ano foi apresentada esta semana pela Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas. O responsável é o artista plástico Mauro Vila Real. O trabalho apresenta um cavaleiro, na companhia de seu cachorro, em uma estrada de terra, tendo no horizonte elementos como pontos turísticos e culturais de diversos locais do mundo. Segundo Mauro, serviram de inspiração o criador de cavalos crioulos Gilson Souza, o “cusco” Peijo Junior e o cavalo RF Cigano.
Os Festejos
Os Festejos Farroupilhas abarcam a totalidade de ações comemorativas ao Dia do Gaúcho (20 de setembro). São acampamentos, desfiles, bailes e ações culturais, como oficinas e palestras. A cada ano, a Comissão Estadual escolhe um tema, que é trabalhado com o objetivo de ampliar o conhecimento sobre as raízes históricas do RS e as bases do culto às tradições.
O artista
Nascido em Frederico Westphalen, Mauro Vila Real tem em seu currículo trabalhos para editoras como Marvel e DC Comics. Seus desenhos também podem ser vistos em capas de álbuns musicais, pôsteres, sites, quadrinhos, jornais, livro infantis e infantojuvenis. Participou de exposições como o Salão Internacional e Contemporâneo de Arte de Belo Horizonte, Salão Internacional de Arte Contemporânea de Portugal e Salon International D´Art Contemporain no Carrousel Du Louvre, em Paris. Entre as técnicas utilizadas pelo ilustrador se destacam a acrílica, aquarela, gauche e carvão.