O MTG está completando 48 anos de existência neste mês de outubro. O tradicionalismo gaúcho organizado tem quase 20 anos mais.
Entre o ano de 1948 – quando foi fundado o 35 CTG – e o mês de outubro de 1966, quando foi criado o MTG, inúmeros foram os debates a respeito da conveniência ou não da criação de uma federação de CTGs. Encontramos propostas para criação de uma associação desde o 2º Congresso Tradicionalista realizado em 1955 na cidade de Rio Grande, no entanto, foi no ano de 1959, no 6º Congresso realizado em Cachoeira do Sul, que foi aprovada a criação do Conselho Coordenador, embrião do Conselho Diretor e do próprio MTG. Aquela primeira organização já nasceu com o sistema de descentralização administrativa em 12 zonas tradicionalistas.
Transcorreram 7 anos até que fosse criada a federação das entidades tradicionalistas para a qual deram o nome de Movimento Tradicionalista Gaúcho, ou simplesmente MTG. Na época havia em torno de 200 CTGs no Brasil. A adesão à federação foi espontânea e natural. São raríssimos os casos de centros de tradições que não se filiaram.
Neste momento de aniversário, é importante que relembremos a história e nos perguntemos a respeito das razões que levaram à criação do MTG, além de tentarmos entender a importância dessa agremiação durante estes anos todos.
Todos os registros dos congressos tradicionalistas e os depoimentos colhidos com os tradicionalistas mais antigos indicam para a mesma direção: havia a necessidade de um órgão superior para cuidar da questão ideológica e para coordenar o sistema, ou seja, o MTG surge de uma necessidade. Sem essa instância superior, os CTGs ficavam sem orientação e, na tentativa de culto às tradições, realizavam inúmeras atividades de valor discutível e seguiam caminhos sem sustentação da pesquisa histórica.
É por isso que o estatuto do MTG define: “o MTG tem por objetivo congregar os centros de tradições gaúchas e entidades afins e preservar o núcleo da formação gaúcha e a filosofia do movimento tradicionalista...”.
Verificando o que ocorreu neste meio século, vemos que a entidade federativa é forte, respeitada e que congrega mais de 95% das entidades tradicionalistas do estado – são 1.654 entidades filiadas. O Movimento adota parâmetros e regras depois de serem estudados, debatidos e definidos. Daí decorrem as diretrizes para o uso da indumentária, o reconhecimento da música tradicional, a forma de práticas campeiras e de das manifestações artísticas.
Me arrisco a dizer que o MTG é o grande responsável pela grandiosidade do tradicionalismo gaúcho e pelas principais atividades de fortalecimento da identidade regional. Veja-se o que ocorre nos festejos farroupilhas, nos mais de 500 rodeios realizados, na quantidade de jovens envolvidos nas atividades campeiras e artísticas.
Ao expressarmos a nossa alegria com tudo o que foi conquistado e com a representatividade do Movimento na sociedade gaúcha, não queremos dizer que somos perfeitos Por certo cometemos erros e precisamos aprimorar uma série de procedimentos. O mais importante é que estamos permanentemente realizando atividades que visam a qualificação dos tradicionalistas e proporcionando convivência pacífica e harmoniosa entre as gerações. Esta talvez seja a maior vitória do MTG: garantir ambientes saudáveis para que as crianças e os jovens possam se realizar sem a necessidade de transgredir ou de se envolver em atividades ilícitas ou moralmente duvidosas.
Parabéns a todos nós tradicionalistas. Nós somos o MTG!
Manoelito C. Savaris
Presidente
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