Festa caipira não é festa Junina Gaúcha!
Caipiras nas festas juninas do Rio Grande do Sul não fazem parte dos
nossos usos e costumes
Do autor e de Paixão Cortês / JUAREZ NUNES DA SILVA -
Historiador, escritor e tradicionalista
FESTA CAIPIRA NÃO É FESTA JUNINA GAÚCHA!
Em cada região do Brasil, as festividades juninas
tem as suas particularidades. As festas caipiras têm origem em São Paulo e há
uma devoção muito grande a São João (24), ao santo casamenteiro Santo Antonio
(13) e ao responsável por guardar a chave do céu, São Pedro (29). São festas
religiosas onde, no passado, se erguia um mastro nas casas ou nas comunidades,
colocando-se uma imagem de um dos santos mais venerados.
No entanto, é comum no Rio Grande do Sul, festejar
o mês de junho com festas típicas caipiras, que não têm nada a ver com a
cultura gaúcha. Claro que são influências vicentinas dos bandeirantes que
por aqui passaram no início da colonização. O pior de tudo é que há uma
ridicularização do caipira, mostrando um tipo humano pobre, com roupas
rasgadas, remendadas, desdentados, com chapéus de palha esfiapados, as mulheres
com pinturas extravagantes, com expressões cômicas - verdadeiros palhaços.
Concluindo, um verdadeiro desrespeito com o caipira que vive no interior de São
Paulo e Minas Gerais.
A nossa festa junina deve ser feita com os nossos
trajes típicos, a pilcha gaúcha, sem remendos nas bombachas, sem pinturas no
rosto, sem chapéu de palha, sem camisas enxadrezadas, etc. Temos a nossa
culinária típica: arroz de carreteiro, paçoca de xarque e de pinhão, arroz
doce, pratos com carne de ovelha, galinha encilhada, sapecada de pinhão e por
que não, o churrasco. Pipoca, batata-doce, rapadura de amendoim, pé de
moleque, pão de ló e pão de milho, são pratos indispensáveis.
Ao invés de fazer um carnaval fora de época, baile
e casamento caipira, por que não dançar o pezinho, o balaio, o maçanico ou
então, as danças gaúchas de salão, sem fantasias? Há muitas brincadeiras que
podem ser resgatadas, como o pau de sebo, a dança da batata, a corrida do saco,
as corridas do casal, do bastão e da colher. Pode-se declamar, cantar, contar
causos. As bebidas típicas são o quentão, o vinho, o pula-macaco, a concertada,
o ponche e a jurupinga.
Quanto as fogueiras, hoje fica difícil
acender em locais citadinos, por questões de segurança. Mas, é uma
tradição que vem dos povos do norte, comemorando a chegada da época das
colheitas, coincidindo com o solstício do verão, representando a fixação e
conservação da força do sol para espantar as calamidades e demônios.
O Santo mais venerado dos gaúchos é o São Pedro,
padroeiro do Rio Grande do Sul, e a sua fogueira tem a base em triângulo. As
fogueiras de Santo Antonio e de São João, têm as bases em forma de quadrado e
circular, respectivamente.
O que é inaceitável, são os professores
incitarem os seus alunos a cometerem estas barbaridades culturais. Falta
estudar mais sobre nós mesmos e impedir que a mídia dirija as manifestações
culturais que são próprias de cada região do país. Lamentável!
Do autor e de Paixão Cortês / JUAREZ NUNES DA SILVA - Historiador, escritor e tradicionalista
Perfeito o texto, só gostaria de observar que, no caso da fogueira de São João, ela lembra a fogueira que sua mãe Isabel acendeu para avisar a Virgem Maria do nascimento do menino João, segundo a tradição.
ResponderExcluirMais um absurdo dos doutores pseudo intelectuais que aceitam por conveniência o que vem de fora sem respeitar nossa cultura.
ResponderExcluirAinda os professores e país tem grande culpa.