terça-feira, 10 de junho de 2014

FESTA CAIPIRA NÃO É FESTA JUNINA GAÚCHA!

Festa caipira não é festa Junina Gaúcha!
Caipiras nas festas juninas do Rio Grande do Sul não fazem parte dos nossos usos e costumes
Do autor e de Paixão Cortês   /   JUAREZ NUNES DA SILVA - Historiador, escritor e tradicionalista

FESTA CAIPIRA NÃO É FESTA JUNINA GAÚCHA!
Em cada região do Brasil, as festividades juninas tem as suas particularidades. As festas caipiras têm origem em São Paulo e há uma devoção muito grande a São João (24), ao santo casamenteiro Santo Antonio (13) e ao responsável por guardar a chave do céu, São Pedro (29). São festas religiosas onde, no passado, se erguia um mastro nas casas ou nas comunidades, colocando-se uma imagem de um dos santos mais venerados.

No entanto, é comum no Rio Grande do Sul, festejar o mês de junho com festas típicas caipiras, que não têm nada a ver com a cultura gaúcha. Claro que são influências vicentinas  dos bandeirantes que por aqui passaram no início da colonização. O pior de tudo é que há uma ridicularização do caipira, mostrando um tipo humano pobre, com roupas rasgadas, remendadas, desdentados, com chapéus de palha esfiapados, as mulheres com pinturas extravagantes, com expressões cômicas - verdadeiros palhaços. Concluindo, um verdadeiro desrespeito com o caipira que vive no interior de São Paulo e Minas Gerais.

A nossa festa junina deve ser feita com os nossos trajes típicos, a pilcha gaúcha, sem remendos nas bombachas, sem pinturas no rosto, sem chapéu de palha, sem camisas enxadrezadas, etc. Temos a nossa culinária típica: arroz de carreteiro, paçoca de xarque e de pinhão, arroz doce, pratos com carne de ovelha, galinha encilhada, sapecada de pinhão e por que  não, o churrasco. Pipoca, batata-doce, rapadura de amendoim, pé de moleque, pão de ló e pão de milho, são pratos indispensáveis.

Ao invés de fazer um carnaval fora de época, baile e casamento caipira, por que não dançar o pezinho, o balaio, o maçanico ou então, as danças gaúchas de salão, sem fantasias? Há muitas brincadeiras que podem ser resgatadas, como o pau de sebo, a dança da batata, a corrida do saco, as corridas do casal, do bastão e da colher. Pode-se declamar, cantar, contar causos. As bebidas típicas são o quentão, o vinho, o pula-macaco, a concertada, o ponche e a jurupinga.

Quanto as fogueiras, hoje fica difícil acender  em locais citadinos, por questões de segurança. Mas, é uma tradição que vem dos povos do norte, comemorando a chegada da época das colheitas, coincidindo com o solstício do verão, representando a fixação e conservação da força do sol para espantar as calamidades e demônios.

O Santo mais venerado dos gaúchos é o São Pedro, padroeiro do Rio Grande do Sul, e a sua fogueira tem a base em triângulo. As fogueiras de Santo Antonio e de São João, têm as bases em forma de quadrado e circular, respectivamente.


O que é inaceitável,  são os professores incitarem os seus alunos a cometerem estas barbaridades culturais. Falta estudar mais sobre nós mesmos e impedir que a mídia dirija as manifestações culturais que são próprias de cada região do país. Lamentável!

Do autor e de Paixão Cortês   /   JUAREZ NUNES DA SILVA - Historiador, escritor e tradicionalista


2 comentários:

  1. Perfeito o texto, só gostaria de observar que, no caso da fogueira de São João, ela lembra a fogueira que sua mãe Isabel acendeu para avisar a Virgem Maria do nascimento do menino João, segundo a tradição.

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  2. Mais um absurdo dos doutores pseudo intelectuais que aceitam por conveniência o que vem de fora sem respeitar nossa cultura.
    Ainda os professores e país tem grande culpa.

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